Senado aprova isenção de Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil


 

Essa medida, se sancionada pelo presidente da república, poderá aumentar renda líquida dos trabalhadores no próximo ano

 

 

O Senado Federal aprovou ontem o Projeto de Lei n.º 1.087/2025, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais. A mudança deve alterar diretamente o valor líquido recebido por milhões de brasileiros, especialmente entre aqueles que hoje pertencem à faixa de classe média baixa.

A proposta segue agora para sanção presidencial e, se confirmada sem vetos, começará a valer já no início de 2026. A medida é vista por especialistas como um avanço significativo rumo a um sistema tributário mais equilibrado, ao reduzir a pressão fiscal sobre quem ganha menos. Ainda assim, o entendimento é de que se trata de um passo inicial: a mudança melhora o cenário, mas não resolve plenamente a regressividade histórica da cobrança sobre a renda no Brasil.

Segundo o texto aprovado, rendimentos de até R$ 5 mil deixarão de sofrer retenção de IR na fonte. Atualmente, a isenção se aplica apenas a salários equivalentes a até dois salários mínimos (R$ 3.036 mensais), com aplicação de alíquotas progressivas acima desse valor. Com a alteração, trabalhadores cujo rendimento se enquadra na faixa entre R$ 3 mil e R$ 5 mil terão um incremento mensal que pode variar de algumas dezenas de reais até mais de R$ 300, dependendo da remuneração.

Para a contadora Juliana de Andrade Carvalho Nascimento, Gerente da Consultoria Federal e Comex na Econet Editorao impacto deverá ser percebido de maneira mais expressiva justamente pela população que mais sofreu com a defasagem acumulada da tabela do IR. “Esse ajuste corrige uma distorção histórica. Nos últimos anos, o poder de compra do trabalhador nesse intervalo salarial foi corroído, e esse alívio fiscal representa um reforço real no orçamento mensal”, afirma.

A medida se conecta ao debate mais amplo da reforma tributária, que busca fortalecer a progressividade do sistema, transferindo parte da carga tributária para rendimentos mais elevados. Entre os pontos já previstos no conjunto de mudanças está a introdução de uma alíquota de 10% sobre dividendos superiores a R$ 50 mil mensais.

No entanto, apesar de seu alcance, a especialista observa que o impacto não será homogêneo entre todos os contribuintes. “Quem já estava isento continuará praticamente sem mudanças, enquanto quem recebe entre R$ 3 mil e R$ 5 mil perceberá um ganho líquido relevante. Esse é o grupo diretamente beneficiado”, explica Juliana.

No ambiente corporativo, a alteração no IRPF não modifica encargos trabalhistas, mas pode influenciar negociações salariais. Com o aumento do valor líquido recebido pelo trabalhador, empresas podem enfrentar menor pressão por reajustes, ainda que o custo total da mão de obra permaneça o mesmo, já que encargos como FGTS e INSS são calculados sobre o salário bruto. Além disso, as organizações precisarão atualizar sistemas internos e passar orientações aos colaboradores. “As equipes de Recursos Humanos deverão ajustar sistemas de cálculo e reforçar a comunicação com os funcionários. É essencial que o trabalhador compreenda como essa mudança aparece no contracheque”, completa Juliana. 

 

Rede sociais:

Instagram

Facebook

YouTube

TikTok

 

Hashtags:

#Econet #EconetEditora #ConsultoriaTrabalhista #ImpostodeRenda #5mil #isenção #isençãoimpostoderenda #isençãoimpostoderendaate5mil #5.000,00


Comments